quinta-feira, 17 de junho de 2010
CONTATOS DE JORGE RIZZINI COM O MÉDIUM JOSÉ ARIGÓ
CONTATOS DE JORGE RIZZINI COM O MÉDIUM JOSÉ ARIGÓ
IRACEMA SAPUCAIA RIZZINI REGISTRA SUAS LEMBRANÇAS DOS PRIMEIROS ENCONTROS DE JORGE RIZZINI COM O MÉDIUM JOSÉ ARIGÓ.
Foto: Na foto acima, tirada entre os anos 1965/1966, aparecem Jorge Rizzini e Iracema Sapucaia Rizzini, em frente da casa em que moravam em São Paulo-SP. Essa foto foi extraída da revista italiana OGGI, de 09 de agosto de 1976, que publicou um artigo sobre o médium José Arigó, com o apoio de Jorge Rizzini. Essa reportagem será futuramente reproduzida em português neste Blog, graças à tradução de Fátima Rinaldi, pelo seu caráter histórico para o Movimento Espírita.
Neste artigo, apresentamos a continuação da entrevista realizada com Iracema Sapucaia Rizzini (pedagoga e escritora de livros infantis), buscando registrar em detalhes as contribuições valiosíssimas prestadas por Jorge Toledo Rizzini ao Movimento Espírita.
São recordações de acontecimentos relevantes, que movimentaram o protagonista e o colocaram em ação e em destaque no meio de muitos fatos espíritas marcantes.
Iracema Sapucaia, como participante e testemunha ocular das realizações de Jorge Rizzini, dignou-se a documentar as suas lembranças sobre a atuação impressionante de Jorge Rizzini no meio espírita, produzindo o legado que o notabilizou.
Nesta parte da entrevista, Iracema Sapucaia fala sobre os primeiros contatos do casal Rizzini com o famoso médium José Arigó, com surpreendentes desdobramentos.
José Pedro de Freitas – Congonhas-MG, 18/out/1921 a 11/jan/1971 – era o nome verdadeiro de José Arigó ou simplesmente Zé Arigó. Ele desenvolveu atividades mediúnicas extraordinárias e inimagináveis em sua cidade natal durante cerca de vinte anos. (Fontes: Google e Wikipédia).
GEZIEL: Como Jorge Rizzini conheceu o famoso médium José Arigó?
IRACEMA SAPUCAIA: Quando nos casamos, tínhamos vinte e três anos. Naquela época, morávamos provisoriamente numa pensão no bairro da Liberdade, em São Paulo.
Depois disso, fomos morar em casa de meus pais, por alguns meses, até que a nossa casa, em Vila Yara, bairro da Grande São Paulo, ficasse pronta.
Eu havia ingressado no Magistério Público Estadual. Então, fomos morar naquele bairro, já com nossa primeira filha, para que eu tomasse posse do cargo. Tanto a casa, quanto a escola eram recém construídas; e os alunos, alguns de origem italiana, eram dóceis e educados.
Foi nesse bairro, porém, que através da água de poço, canalizada diretamente para casa, que adquiri uma doença intestinal de origem bacteriana.
Consultamos os melhores médicos de São Paulo. Eles encontraram a causa da colite, mas não conseguiram debelar a dor abdominal contínua. Foram meses e anos de sofrimento que não passava com nada.
Naquela época, o Jorge conheceu o professor Herculano Pires, o grande jornalista, escritor e filósofo espírita, que o aconselhou a me levar para Minas Gerais, onde, na cidade de Congonhas do Campo, havia um médium realizando proezas.
Rizzini já ouvira falar desse médium através de seus amigos Nelson Pressoto, professor catedrático de farmacologia e Eddie Augusto da Silva, membro da diretoria da Associação Paulista de Propaganda. Eles foram os primeiros a abordarem o fenômeno mediúnico Arigó.
Assim, quando o professor Herculano Pires aconselhou Rizzini a levar-me a Congonhas do Campo, onde morava o médium, ele não teve dúvidas em ir. Então, decidimos partir para essa cidade mineira, porém sem o endereço do médium.
Quando desembarcamos, depois de horas e horas de viagem, não havia ninguém para nos orientar. Então, saímos da pequena estação a procura de um hotel. Mas também não vimos ninguém na rua.
Somente depois de uns vinte metros de distância, vimos um senhor encostado a um muro lendo um jornal. Aproximamo-nos e o Jorge lhe perguntou:
– Por favor, o senhor pode nos dizer onde fica a casa do Arigó?
A surpresa foi enorme. Ele, endireitando-se nos disse:
-Eu sou Arigó.
O nosso espanto foi tão grande que começamos os três a rir. A “coincidência” era flagrante!
Jorge abraçou-o calorosamente. Lá estávamos os dois à frente do “fenômeno”, da maneira mais inesperada possível.
Observei que aquele moço era sorridente, de olhos bondosos, simples na maneira cabocla de falar, porém demonstrando a inteligência de quem sabe o que faz. Parecia ter, no máximo, 40 anos.
E foi assim que o Jorge e eu conhecemos a pessoa que iria revolucionar nossas vidas. Foi assim que tudo começou a mudar.
Geziel: A senhora poderia dar detalhes das mudanças que ocorreram?
À noite, no hotel, encontramos diversas pessoas que estavam hospedadas. Umas com a finalidade de conhecer as obras de Aleijadinho, principalmente as estátuas esculpidas em pedra sabão, representando os apóstolos de Jesus, em frente do mosteiro de São Bom Jesus de Motozinhos; outras, como nós, com o objetivo de consultar o médium Arigó.
Na manhã seguinte, fomos para o local onde Arigó recebia as pessoas. Era uma espécie de dispensa. Havia sacos de mantimentos encostados nas paredes, mas a sala era clara com janela grande.
Vimos o médium rodeado de pessoas e em transe. Seus olhos estavam bem abertos, porém fixos. Pareciam olhos que não podiam enxergar, pois nada refletiam.
Impressionou-nos ouvir as ordens que dava aos doentes:
-“Abre boca”; “levanta cabeça”, “aqui dói?”.
E no caso, por exemplo, do sangue escorrer de uma incisão, ele dizia energicamente:
-“Jesus não quer sangue...”
E o sangue estancava.
Quando chegou a minha vez, o Arigó olhou-me por alguns minutos. Tinha aquela inexpressão de quem “olha sem ver”. Porém, sentando-se em frente a uma mesinha, perguntou-me o que eu sentia. Depois prescreveu uma receita.
Voltamos para São Paulo e compramos imediatamente os remédios. E, à medida que o tempo foi passando, eu digeria melhor a alimentação e as dores intestinais foram amainando até passarem completamente. Eu estava curada!
Foi assim, através dessa circunstância, que eu me curei; mas a parte mais importante das mudanças estava apenas começando.
O fato de eu ter-me curado, despertou em Jorge um interesse tão marcante que comprou uma filmadora. A partir desse momento, começou a viajar assiduamente para Congonhas para filmar as operações mediúnicas realizadas pela equipe de Espíritos, sem assepsia, em ambiente impróprio e com material primário. Eles também davam receituário sob a orientação do Espírito Dr. Fritz. Assustava ver o uso até de um canivete que o “Dr. Fritz” pedia para qualquer pessoa.
“-Quem tem canivete?”. Dizia ele em seu português arrastado!
A mudança interessante foi que, com a minha cura, o Jorge ficou entusiasmado em filmar todas as operações com o objetivo de divulgá-las no meio espírita. Indiscutivelmente, elas reforçavam a tese espírita concernente ao poder da mediunidade. Foi o próprio Dr. Fritz quem autorizou as filmagens.
(A CONTINUAÇÃO DESTA ENTREVISTA SOBRE O FILME DO “CASO ARIGÓ”, SERÁ PUBLICADA EM OUTRO ARTIGO NESTE MESMO BLOG).
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Por acaso vc sabe dizer onde pode-se encontrar as filmagens feitas pelo Jorge?
ResponderExcluirGeziel.. nao teremos então A CONTINUAÇÃO DESTA ENTREVISTA SOBRE O FILME DO “CASO ARIGÓ”, SERÁ PUBLICADA EM OUTRO ARTIGO NESTE MESMO BLog?
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