JORGE RIZZINI

JORGE RIZZINI

BEM VINDO A ESTE BLOG

Acompanhe a vida e as obras realizadas por Jorge Rizzini em prol do Espiritismo.

Ele nasceu em São Paulo-SP, em 25 de setembro de 1924, numa família espírita.

A partir de 1950, passou a ter uma participação mais ativa no Movimento Espírita.

Empregou as suas habilidades e experiências de escritor, jornalista, radialista, publicitário e médium de psicografia e música mediúnica, para propagar e defender o Espiritismo, ao lado de personalidades como Chico Xavier, Herculano Pires, Yvonne A. Pereira, Deolindo Amorim, dentre muitos outros.

Lançou o primeiro programa espírita "Em Busca da Verdade", na TV Cultura de São Paulo. Publicou a revista "Kardequinho" para o público infanto-juvenil. Produziu diversos documentários cinematográficos sobre fatos e personalidades espíritas. Escreveu livros espíritas importantes sobre Eurípedes Barsanulfo, Kardec, Irmãs Fox e outros, e Herculano Pires. Divulgou as músicas compostas por Espíritos de compositores desencarnados famosos, através de Discos, Fitas Cassete, CDs e Festivais de Música Mediúnica.

Faleceu no dia 17 de outubro de 2008, deixando um legado que desperta admiração, respeito e espírito de gratidão.





quinta-feira, 6 de maio de 2010

JORGE RIZZINI E O ESPÍRITO DE MÁRIO DE ANDRADE


JORGE RIZZINI E O ESPÍRITO DE MÁRIO DE ANDRADE


Jorge Rizzini estava prestes a publicar o seu livro espírita “ANTOLOGIA DO MAIS ALÉM”, quando recebeu importante apoio do jornalista Valentim Lorenzetti para a sua divulgação.

Esse jornalista publicou na edição de 22 de abril de 1971, do jornal FOLHA DA TARDE, de São Paulo, o seguinte artigo contendo um poema muito interessante do Espírito do valoroso Mário de Andrade, falando da falta de preparação da sua alma para a viagem para a vida espiritual.

Pela consistência desse poema com os princípios do Espiritismo, deve ser lido e analisado com calma e atenção. Deve ainda servir de alerta para a nossa preparação para a vida futura, pela prática do Amor e da Caridade, conforme nos ensinou e exemplificou Jesus, em função da sobrevivência da alma à morte do corpo material.

NOTA: Mário Raul de Morais Andrade nasceu em São Paulo-SP, em 09 de outubro de 1893 e faleceu em São Paulo, em 25 de fevereiro de 1945. Foi poeta, romancista, crítico de arte, musicólogo, professor universitário e ensaísta. É reconhecido como um dos mais importantes intelectuais brasileiros do século XX. Liderou o movimento modernista no Brasil e trabalhou na renovação literária e artística do país. Participou ativamente da Semana de Arte Moderna de 1922. Fonte: Wikipédia.

A VOLTA DE MÁRIO DE ANDRADE

Por Valentim Lorenzetti

Jorge Rizzini, escritor e jornalista, é também médium psicógrafo.

Ultimamente vem recebendo poemas e poesias de alguns dos grandes escritores do passado, como Castro Alves, Augusto dos Anjos, Olavo Bilac, Camões e Guerra Junqueiro.

Em cerca de dois meses, recebeu um elevado número de obras, que estarão enfeixadas no livro “Antologia do Mais Além, já pronto para impressão.

De Mário de Andrade, Rizzini recebeu o poema “Viagem Marcada”, em que o grande escritor brasileiro narra suas surpresas de além túmulo.

Vamos transcrever o poema; os conhecedores do estilo de Mário de Andrade que o analisem:

VIAGEM MARCADA

A viagem era obrigatória
Mas não guardei os cuidados.
É p’ra hoje ou amanhã? Que importa!
Maria, traz o uísque,
E dá cá um abraço de vinte e quatro horas. Sem gelo...

E a viagem?
Não esqueci, mas o baú fica p’ra depois.
O maxixe está roncando
P’ras bandas do Paiçandu
E as mulatas vão gingando
No parque do Anhangabaú;
E estas circulações, ah!
Que bem fazem à circulação do sangue...

É tarde. Não esqueças a viagem!
Eu sei, anotei-a em minha agenda,
Mas só embarco no trem noturno
Depois de reler o meu Poe
E lavar o poema que nasceu ontem
Pela madrugada sangrenta.
Afinal, por que não transferem a viagem
Para o ano dois mil?
Sinceramente, não estou querendo deixar o Brasil...

E o tempo foi passando;
A viagem era obrigatória
E não havia moratória...
E o uísque ali, ao meu lado,
Entre as risadas dos amigos
E o sussurro das noites que ninguém conta,
Nem eu, nem os livros do meu reler
E nem as paredes do meu viver...

E o tempo passando...
A viagem (já lhes disse e reafirmo) era obrigatória,
Que o chefe do trem já tinha
Cópia do meu retrato, carimbado na passagem.
E a data era bem legível
Com a seguinte anotação: intransferível...
E embarquei no trem noturno
Sem tempo de me arrumar
Trazendo nas mãos nada mais
Que os calos da máquina de escrever.

E atravessei o Vale das Sombras
Que vós também conhecereis,
Que o retrato de Vossas Senhorias
Também já está carimbado e com data marcada.

Que faço eu agora, nestes ares,
Se não achei meu baú?
Sim senhores, estou quase nu
E me sinto envergonhado.

Se pudesse, vestir-me-ia com a cultura.
Com meus poemas, contos, romances,
Com o tempo que deixei vazar...
Mas neste país nada disto conta
E a roupa que aqui se usa
É confeccionada com o Amor e a Caridade,
Moedas raras na Terra
E que não tive o tempo de recolher
Para as aventuras do mais viver!

Sim senhores, estou quase nu
E me sinto envergonhado.
Se Deus quiser, voltarei
Para encher meu baú...
Enquanto isso, que meus amigos na Terra
Vão rezando por mim,
Para que a luz me aqueça nestas noites do sem fim...
Por enquanto, o meu muito obrigado,
Que o abraço virá depois
Apertado e sincerado!

(Artigo de Valentim Lorenzetti, publicado no
jornal Folha da Tarde, em 22/04/1971).

Nenhum comentário:

Postar um comentário