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segunda-feira, 18 de abril de 2011
CURAS SURPREENDENTES DO MÉDIUM JOSÉ ARIGÓ
CURAS SURPREENDENTES DO MÉDIUM JOSÉ ARIGÓ
EXPLICAÇÕES NECESSÁRIAS E AGRADECIMENTOS A FÁTIMA RINALDI PELA TRADUÇÃO DO ARTIGO ABAIXO PARA O PORTUGUÊS.
As operações espirituais realizadas pelo Espírito Dr. Fritz, através do médium José Arigó, tiveram repercussões enormes e inesperadas não só no Brasil, como também em diversos outros países.
Esse caso propagou-se rapidamente com a divulgação dos resultados obtidos pelos pacientes que foram beneficiados.
Então, apareceram os pesquisadores, cientistas e médicos que estudaram os fenômenos das curas e operações espirituais obtidas através da sua mediunidade inusitada.
No Brasil, Jorge Rizzini atuou de forma impressionante na observação conscienciosa, na documentação e na divulgação do caso José Arigó.
Ele produziu e divulgou, corajosamente, um filme-documentário, que agitou o Movimento Espírita e passou a ser exibido além das fronteiras nacionais, despertando o interesse em milhares de pessoas, mas também causando muitas polêmicas.
O artigo da jornalista Anita Pensotti, com fotos de Eros Biavati, a seguir apresentado, foi publicado na revista italiana OGGI, n. 32, de 9.8.1976.
Esse artigo foi traduzido para o português graças a valiosa colaboração de Fátima Rinaldi, que nos foi apresentada pelo confrade Ariovaldo Cavarzan.
Fátima, que com abnegação, realizou esse trabalho de tradução para o português, permite-nos avaliar a dimensão do impacto que o caso José Arigó alcançou na época a nível mundial.
O artigo da jornalista Anita leva-nos ainda a constatar a atuação e a dimensão do trabalho de pesquisa e divulgação realizado por Jorge Rizzini.
Não resta dúvida de que o extraordinário caso José Arigó fortaleceu o Movimento Espírita, ao revelar o poder da mediunidade bem empregada em benefício das pessoas enfermas.
A publicação, a seguir, do artigo de Anita, traduzido para o português, sem nenhuma alteração no texto original, recebeu uma nova diagramação em alguns parágrafos enormes para facilitar a leitura em monitor de computador.
ASSUNTO BRASIL: PAÍS POBRE E RICO
E UM DIA SERÁ UM GIGANTE – 9) OS CURADORES
FOTO 1: Parte superior da capa da Revista OGGI em que foi publicado o artigo sobre o médium José Arigó.
FOTO 2: Fac-simile do início do artigo em italiano.
FOTO 3: DESCOBRIU ARIGÓ. São Paulo. O jornalista-médium Jorge Rizzini com sua esposa Iracema. Rizzini foi o primeiro a descobrir e a divulgar as qualidades excepcionais de Arigó, considerado um dos maiores curadores de todos os tempos, filmando um documentário em cores sobre as suas operações.
FOTO 4: MILAGRE. São Paulo. Edson Takata, uma das inúmeras pessoas a receber milagre por Arigó. Ele estava gravemente doente do coração, mas Arigó colocou uma cruz na testa e o curou.
FOTO 5: AS MÃOS MARAVILHOSAS. As mãos de Arigó, o célebre curador morto em 1971, com 49 anos, em um acidente de carro. Arigó se torna famoso em todo o mundo quando um cientista da NASA, Andrija Puharich declarou publicamente: Eu tinha um lipoma em um braço e ele me operou em poucos minutos com uma faca, enquanto eu permanecia acordado. Arigó foi processado pelo exercício abusivo da profissão de médico, mas Kubitschek, presidente do Brasil, o absolveu porque ele salvou a vida de sua filha.
FOTO 6: INCRÍVEL MAS VERDADEIRO. Congonhas do Campo (Brasil). Nesta imagem extraordinária, um paciente se submete sem tremer à famosa faca de Arigó, que raspa o globo ocular para tirar uma catarata. Incrível mas verdadeiro, o doente não sente dor. Arigó vivia em Congonhas, no Estado de Minas Gerais.
COM AGULHAS DE TRICÔ, DESOBSTRUEM VEIAS ENTUPIDAS
Parapsicólogos e cientistas de vários países estão estudando os misteriosos poderes de curandeiros brasileiros, principalmente os cirurgiões psíquicos, que sem nunca ter estudado medicina e sem recorrer a anestesia, operam os doentes em poucos minutos usando instrumentos rudimentares.
Os nossos enviados Anita Pensotti e Eros Biavati entre outros, assistiram a exibição de um filme que documenta as acrobacias impressionantes destes reparadores do corpo humano.
Antes de morrer, Arigó, “o curador da faca enferrujada”, curou diariamente cerca de trezentos pacientes gratuitamente.
Um eletro encefalograma realizado em São Paulo mostra que, quando estes mediuns estão em um estado de transe, seus cérebros funcionam de forma diferente do normal.
Da nossa enviada Anita Pensotti.
Fotografia de Eros Biavati.
São Paulo, julho.
“Quando ouvia falar dos curandeiros”, me conta Mary de Estrellas, (oriunda espanhola por parte de pai, quarenta anos, mãe de duas crianças e esposa de um médico), “eu era sempre a primeira a protestar contra a superstição de brasileiros que confiam cegamente nos cirurgiões psíquicos ou espirituais, que os chamam aqui para serem operados mediunicamente ao invés de recorrerem aos nossos médicos que são excelentes.”
“A principio eu pensava que era uma questão de falta de recursos: os curandeiros não cobram e ainda há, infelizmente, tanta pobreza no nosso país! Então eu comecei a sofrer de cólicas terríveis no fígado. Por colecistografia ficou provado, sem dúvida, que os cálculos existiam e que eu deveria removê-los. Mas eu tenho medo da anestesia geral e para evitá-la eu estava disposta a qualquer coisa. Portanto, continuei a sofrer durante meses em meio às constantes reprovações de meu marido e de meus familiares que não conseguiam entender minha atitude”.
“Um dia, uma amiga”, continua a senhora Mary, “que eu falei do meu problema, me convenceu a ir com ela até o famoso Arigó em Congonhas do Campo, onde vivia e recebia (ele morreu há cinco anos em um acidente de carro), para conhecer seus poderes extraordinários. “Não será forçada nem mesmo tocá-lo se não quiser”, repetia. “Nós estaremos num canto, tranqüilas e você terá tempo de tomar uma decisão”.
“Sem dizer nada ao meu marido, fui com a minha amiga até o Arigó e na sua sala, no meio de outros doentes, de repente tive muito medo e quis fugir. Mas enquanto estava caminhando para a saída, senti que, de repente alguém agarrou meus braços e me apertou com força, tanto que eu não podia mais me mover. Enquanto isso, apavorada, vi que Arigó se aproximava de mim...”
“Eu fechei meus olhos e comecei a gritar: “Não, não. Não quero!” Mas uma faca entrava na minha carne sem que eu sentisse dor. Estava lúcida e compreendia tudo, como se estivesse sob efeito de anestesia parcial, assim, pouco a pouco me tranqüilizei.”
“Em seguida, passados poucos minutos, ouvi a voz de Arigó: “ Senhora, acabei: agora pode ir. Eis os seus cálculos”. Me vi com uma grande bola de algodão coberta de sangue nas mãos e três pedras. Fiquei espantada. Mas eu fiquei ainda mais quando a minha amiga me explicou, durante a viagem de retorno, que ninguém havia me pego pelos braços e me imobilizado. Ela havia assistido tudo do principio ao fim e podia jurar. Esta é a minha estória. Desde então nunca mais tive uma cólica; creio que estou curada, porque afinal, já passou muito tempo... E desconcertante é esse episódio? Sim, eu sei, mas acreditem, eu disse a verdade. Eu também fiquei perplexa. E sempre estarei...”
DEZ DIAS DE VIDA
Em Capão Redondo, na periferia de São Paulo, na estrada para Itapecerica, encontro uma outra testemunha dos poderes surpreendentes do maior curandeiro de todos os tempos: Arigó.
A receber o milagre foi Edson Tatsuhiko Fernandez Takata, dezoito anos, que vive com sua mãe em uma minúscula casa muito pobre, onde ao lado ele improvisou um “terreiro” também pequeno e humilde, com chão de terra batida, onde quase toda noite quando volta do seu trabalho (é operário em uma indústria siderúrgica) se concentra e entra em transe para ajudar os vizinhos com conselhos e premonições. No seu quarteirão já é considerado uma espécie de guru, mas ele não aspira esse status, ao invés, o rejeita com toda a força. “Não sei”, me diz, “o que acontece, nem o que faço durante o transe: quando acordo, não recordo mais nada....”
Peço-lhe para contar-me a sua estória, mas Edson se esgueira com timidez e sua mãe, Alice Fernandez Takata, intervém justificando: “sabe”, me explica, “ele está muito cansado. Além disso, vêm frequentemente entrevistá-lo. Falarei por ele. Me chamo Takata”, continua, “porque me casei com um japonês. Vivíamos bem e não nos faltava nada. Meu marido, Ruzo, era agrônomo: ganhava bem. Mas um dia partiu para uma expedição na Amazônia e não voltou mais.”
“Estavam em quinze e todos desapareceram. Desde então, cuidei sozinha do meu Edson e há três anos adotei também uma menina, Ângela, que foi abandonada pelos seus pais em um orfanato. Meu filho tinha acabado de entrar na escola primária quando adoeceu gravemente: tinha o coração dilatado e as veias obstruídas. Todos os cardiologistas diziam que restava pouco tempo de vida. Aos doze anos, esteve várias vezes a beira da morte e os especialistas que o atendiam, diziam que não existia mais esperança e que meu filho poderia resistir no máximo por dez dias. Desesperada com aquela sentença de morte, aceitei o conselho de quem me dizia: “Porque não o leva ao Arigó em Congonhas do Campo? Já fez tantos milagres... Salvará também o seu filho!”.
UM CASO URGENTE
Fui a Congonhas (fica no Estado de Minas Gerais, cerca de 700 km daqui) e quando chegamos em frente a casa de Arigó, havia 200 pessoas esperando. Entramos na fila, eu e meu filho, resignada a esperar por horas a nossa vez. Mas depois de alguns minutos, um assistente do curador saiu na porta e veio até nós. Pegou o meu Edson nos braços, chamando-o de “irmãozinho doente”, fratellino ammalato e o levou até Arigó que o recebeu na sua sala com estas palavras: “O teu caso era o mais urgente”. Assisti a cena: pegou um crucifixo e o colocou na fronte, depois sorriu dizendo: “Agora vai: está curado. Lembre-se que logo você também poderá fazer o bem. Breve se desenvolverão seus conhecimentos....”.
Voltamos para casa. Meu filho estava muito bem e todos vinham cumprimentá-lo e felicitá-lo. Mas depois de três meses, uma manhã, enquanto eu preparava o café da manhã, me chamou chorando: não conseguia levantar-se da cama. Foi atingido por uma paralisia das pernas e eu, destruída disse: “minhas desgraças não acabarão nunca...”.
Uma noite, veio nos visitar um amigo espírita e meu filho que há dezessete dias não se movia deste sofá onde você está agora sentada, levantou-se e a grandes saltos, pulando e gritando como um índio, correu ao seu encontro. Comecei a chorar, convencida de que ele era louco. Na minha angustia, não me dei conta de que voltara a caminhar! Pela primeira vez, havia entrado em transe e em seguida, como Arigó havia previsto, agora ele podia curar os doentes”.
Estórias como essa é possível conhecer aqui, aos milhares, porque durante a sua vida Arigó curou um número incalculável de pessoas que vinham de toda parte do mundo.
Sobre este legendário curandeiro e sobre seus deslumbrantes poderes foram escritos muitos livros. O ultimo, intitulado “O curador da faca enferrujada”, do famoso jornalista americano John G. Fuller, conseguiu um grande sucesso nos Estados Unidos e em todos os países nos quais foi traduzido. Para documentar-se, o autor conduziu um profundo estudo no Brasil e por fim, ao apresentar seu livro, concluiu: “Nesta estória tão extraordinária e tão inacreditável, existem fatos irrefutáveis que não podem ser colocados em discussão.
É fato que Arigó, o cirurgião-curador brasileiro de origem camponesa, operou seus pacientes afundando na carne uma faca de cozinha, ignorando as precauções mais elementares de higiene, sem causar um mínimo de dor. E sem necessidade de hemostasia, ligamento dos vasos sanguíneos e nem de pontos.
É fato que bastava a sua palavra para estancar o fluxo do sangue e que nenhuma infecção surgisse apesar de total ausência de antisépticos.
É também fato que tenha escrito em velocidade impressionante as mais complicadas receitas da farmacologia moderna, apesar de não ter passado do terceiro ano primário e não tendo nunca estudado a matéria, como também era irrefutável sua capacidade de fornecer receitas claras, precisas e válidas, como para determinar a pressão sanguínea apenas dando uma olhada rápida no paciente.
UMA ESTÓRIA DIFÍCIL
Na verdade, renomados médicos, sejam brasileiros ou americanos, examinaram as curas realizadas por Arigó fotografando e filmando as diversas fases do seu trabalho. É verdade que Arigó, por cerca de duas décadas, atendeu trezentos pacientes diários sem nunca ter recebido nenhum pagamento. Verdade também que entre seus pacientes, figuraram eminentes homens de negócios, personalidades políticas, advogados, cientistas, médicos, nobres de muitos países junto a pessoas extremamente pobres e privadas de qualquer cultura.
É inegável que o ex-presidente do Brasil, Juscelino Kubtschek, o criador de Brasília, médico também, levou a sua filha até ele e que ela foi curada completamente. Nem se pode desmentir que Arigó tenha prescrito tratamentos que curaram casos de câncer e de outras doenças incuráveis, declarados sem esperança por ilustres médicos e renomados hospitais tidos como os mais modernos do mundo ocidental.
Todavia, nenhum destes fatos devidamente reunidos e examinados podem conduzir a uma explicação. Eis porquê me é difícil escrever esta estória, assombrada por uma pergunta que me ronda a mente: como tornar plausível para o leitor, quando eu mesmo tive muitas dificuldades em aceitar até que eu tivesse terminado minha pesquisa no Brasil?”.
MEU GUIA FRITZ
Uma questão que se apresenta para quem tem de lidar com este tema. Arigó afirmava que era guiado durante as suas espetaculares cirurgias, pelo espírito de um médico alemão morto em 1918, o doutor Fritz, e quando foi levado ao tribunal sob acusação de feitiçaria e de uso ilegal da medicina, se defendeu dizendo: “Sou simplesmente um instrumento do doutor Fritz. O mérito dos milagrosos interventos cirúrgicos que me atribuem, é dele, não meu. Eu não recordo nem mesmo de tê-los praticado”.
Esta sincera confissão irritou os juízes que lhe condenaram a dezesseis meses de reclusão. Mas no cárcere de Lafaiete onde estava preso, uma pequena localidade de mineiros a vinte kilometros de Congonhas do Campo, Arigó operava os presos servindo-se do único meio de que dispunha: as mãos. Neste caso, os cirurgiões espirituais (por exemplo, os curadores das Filipinas) não são perseguidos pela lei porque não se pode demonstrar que exerçam abusivamente a profissão de médico.
Para entender melhor este mundo complexo da “outra medicina”, encontrei com Jorge Rizzini, em São Paulo, um jornalista descendente de italiano (seu avô era de Roma) que contribuiu muito divulgando de muitas maneiras com livros e artigos os extraordinários poderes de Arigó e já fez um documentário a cores em oito milímetros sobre suas sensacionais cirurgias.
Vi este filme porque Rizzini gentilmente projetou-o no estúdio do seu apartamento na rua Marambaia, e fiquei sem palavras. As imagens são tão envolventes que o mais séptico dos materialistas ficariam perturbados. De fato, tudo foi filmado em plena luz, a poucos metros do curador; por isso é possível acompanhar os seus interventos fase por fase e registrar cada gesto, cada expressão dos seus doentes.
Arigo não tinha necessidade de fazer diagnósticos: graças a sua clarividência, via os órgãos internos atingidos pelo mal e graças a telepatia, sabia o que os médicos já haviam prescrito e se aqueles remédios tinham ou não sido benéficos. A alguns pacientes prescrevia remédios que há muito não se usava mais, enquanto outras vezes prescrevia remédios que ainda não haviam chegado ao Brasil. Com isso Arigó imediatamente realizava a cirurgia com uma das suas facas de cozinha.
Na sequência do filme, o curador é rodeado por seus pacientes que também lhe servem de enfermeiros, já que cada um assiste ao outro durante o intervento cirúrgico, segurando-lhes as mãos, a cabeça ou os ombros para dar-lhes coragem.
A operação dura poucos minutos durante os quais se vê Arigó introduzir a lamina da sua faca nos olhos do enfermo ou nas suas vísceras como se, em vez de um ser humano, fosse um boneco de pano. E em curto espaço de tempo com a precisão e rapidez de um encanador que conserta uma pia, extrai hérnias, tumores e lipomas; rasga fibromas, cistos, amígdalas; remove cataratas simples ou bilateral.
Tem um momento no filme, no qual Arigó enfia o seu canivete no olho de um rapaz sem nem mesmo olhar, de costas! Assim que acabou a cirurgia o paciente se levanta da cadeira ou da cama com o rosto sereno e se vai deixando o lugar livre...
MAQUINA HUMANA
Jorge Rizzini já foi convidado a projetar este filme em muitas televisões européias e americanas e toda vez, como era lógico de prever, foram desencadeadas violentas polêmicas entre os materialistas e os espiritualistas: os primeiros que dizem ser um truque e os segundos que definem os fenômenos de Arigó como outros que a ciência ainda não explicou.
“Porque, veja bem”, me diz Rizzini, “meu filme é um documento que qualquer pessoa pode discutir eternamente, mas é impossível ridicularizar. Agora, a este primeiro filme, eu adicionei um segundo e um terceiro, também rodado a oito milímetros sobre os dois curadores vivos, Barros e Lourival de Freitas, que neste momento, para não incorrer na pena de nossas leis, trabalham no exterior: em Londres e em Bruxelas.”
Lourival se concentra antes das cirurgias tocando guitarra e usa um par de pequenas tesouras, a mesma que sua esposa usa habitualmente para cuidar das unhas. Barros, além das tesouras, recorre também ao bisturi, mas não conhece a medicina; para viver, trabalha como mecânico. Existe uma peculiaridade: nas suas mãos, os ferimentos se cicatrizam imediatamente, não sobra nem mesmo uma gota de sangue. Quer ver estes dois filmes?”
Assisto de novo ao filme e de novo fico sem fôlego. “O que acontece com estas super máquinas humanas?”, pergunto a Rizzini. “Arigó, Barros, Lourival de Freitas antecipam o nosso futuro?”
Rizzini responde: “Pode ser, mas é muito cedo para dizer. Com certeza, podemos afirmar que o cérebro dessas pessoas funciona de maneira diferente dos outros. Nem sempre: quando se encontram “em alfa”, isto é, em estado de transe. Se estão em estado “de beta”, em vigília, o funcionamento é normal. Isto foi demonstrado a nível cientifico através de um eletro encefalograma feito em São Paulo naquele grande médium brasileiro Chico Xavier, do qual você já ouviu falar. Eu te mostro se acredita: você mesma se dará conta. Eu tenho uma fotocópia. Ei-la aqui, nesta pasta. Olhe, olhe. Não é interessante?”
UM MOMENTO DECISIVO
Jorge Rizzini está em contato com os mais ilustres estudiosos dos fenômenos paranormais, a começar pelo doutor Rhine, americano, da Universidade de Duke, que é considerado o criador da parapsicologia moderna. Também, por sua vez, é dotado, como a grande maioria dos brasileiros, de notáveis poderes extra-sensoriais. Escreveu sobre mediunidade, duas mil poesias e recebe em estado de transe, músicas populares brasileiras e romances inéditos dos maiores compositores do mundo, sobretudo Verdi e Puccini. “ Na maioria da vezes, à noite”, me explica, “sou obrigado a levantar-me para gravar as notas que me perseguem. Eu me limito a cantar, depois um especialista faz a partitura. Está para ser lançado um Longplay pela RCA com uma seleção dessas minhas músicas.”
“Mas o meu interesse mais autêntico”, conclui Rizzini, “aquele ao qual continuarei a dedicar as melhores energias, é a cirurgia espiritual. Recentemente me informaram sobre três curadores (que operam em São Paulo, utilizando uma faca de cozinha como fazia Arigó em um quarto (um caso verdadeiramente impressionante) que consegue desobstruir as veias entupidas com agulhas de tricô! Me interessarei por eles e vou lutar sem desistir contra a desconfiança, a ignorância e o ceticismo de quem ainda não entendeu que a humanidade está vivendo um momento importante, direi mais, decisivo para sua evolução.”
“Em cada época, a medicina oficial dificultou com todos os meios que podia dispor, contra os curandeiros, mas eles resistiram aos ataques e não foram derrotados. Agora a ciência não pode mais ignorar os seus poderes. O progresso da tecnologia tem acelerado muito nos últimos anos, as pesquisas no campo dos fenômenos paranormais. As coisas acontecem depressa e agora eu desejo poder viver ainda bastante para ver nascer o dia em que, finalmente, médicos e paranormais estarão de mãos dadas...”.
Anita Pensotti
9. (Fine)
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